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Aqui foi o começo de tudo, mas como todo filho um dia tem que ir embora decidi ir atrás de novas experiências literárias no Blog Meia Garrafa e Uma Dúzia de Histórias (www.gabrielpontes.com)
Algumas poesias selecionadas foram migradas para o novo blog.

Aqui jaz um menino cheio de sonhos que não repousam junto com ele.



Gabriel Pontes
g.ponteslima@gmail.com
Escritor

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Gabriel Pontes. O fim da incredibilidade no amor?


Meu coração volta a pulsar como antes
Estranha sensação, é como voltar a viver
Ele pulsa baixinho por instantes
Confortavelmente amenizando o meu sofrer

E mais uma vez tudo entra em contradição
O coração pulsando cada vez mais forte em mim
O que para meus princípios não passam de traição
Minha descrença no amor talvez tenha se deparado com o fim

O que é o inferno? Perguntei a Deus
Ele não quis me explicar
Disse-me: esses mistérios são meus
"O inferno é perder a capacidade de amar"

É incrível como uma menina muda tudo ao avesso
Já escrevi sobre outros "amores" em mim
Mas o medo maior é o medo do tropeço
Lembrando dos textos apaixonado e do seu amargo fim.

Seria essa mais uma ilusão
Que torna meu coração mais mole e maleável
Numa tentativa desesperada do destino e do coração
De me tornar um ser amável?

Medo...

Arriscarei novamente
A aventurar-me em uma paixão?
Para ver se descubro o amor ausente
no meu céptico coração?

Eis as minhas indagações
Por isso venho a escrever
Uma história real em emoções
Palavras protagonistas do meu viver...

Gabriel Pontes

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cachorro de Rua


Queria ver novamente no rosto de alguém
A alegria em me ver brincar no jardim
Mas hoje em verdade no caminho não tem
Quem me olhe com alegria e passe a mão em mim

Queria ouvir novamente da boca da criança
As palavras: "Ele é meu melhor amigo"
Mas hoje tudo passa de lembranças
De um tempo hoje não mais vivido

As lembranças mexem comigo
Só eu sei como os oceanos e os mares
Só eu sou meu melhor amigo
Perdido na rua Washington Soares...

Gabriel Pontes

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Não leiam...


Parte de mim um sentimento
Que se mostra através de palavras
Parte de mim um só lamento
Por não saírem em métricas exatas

Monóstico
Dístico

Terceto

Quarteto

Quinquilha

Ou sextilha


Apenas uma monte de sentimentos empilhados
Sonhos jogados ao vento
Sonhos por eles marcados
Palavras sem métrica, mas com sentimento
Monossílabos
Dissílabos
Trissílabos
Tetrassílabos
Pentassílabos
Hexassílabos
Heptassílabos
Octossílabos
Eneassílabos
Decassílabos
Hendecassílabos
Dodecassílabos

De que adianta se não vem de dentro?
Trazendo a poesia perfeita na métrica
Mas no conteúdo sem nada de sentimento?

Emparelhada
Cruzada
Abraçada
Interpolada
Seguida

Rima pobre...

Não, não quero mais
"A poesia é a música da alma, e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais."
(voltarie)

Rimas sem métrica e perfeição
"A poesia é o sentimento que sobra ao coração e sai pela mão."
(Carmen Conde)


Palavras ao vento, palavras apenas rimadas...
"A poesia é a arte de materializar sombras e de dar existência ao nada."
(Edmund Burke)


Gabriel Pontes

O Mendigo


O meu teto é o céu estrelado
Minha casa não tem lugar fixo
Sou o homem de cabelo sujo embaraçado
Um andarilho de fé que não largua o crucifixo

Minha fé o que me mantem vivo
Minha fraqueza e fortaleza
Deus talvez não me queira vivo
Mas em troca me deu a esperteza

As crianças me olham com compaixão
"Ele é um farsante!" E o que os adultos dizem ao menino
Tiram da inocência daquele pequeno coração
Como assim um dia foi tirado do coração do adulto malino.

Despertar pena e avareza
Repudio e indignação
Por aqueles que não compreendem a beleza
E a humildade que trago em meu coração

As ruas me esperam agora
Tenho que ir e não mais lamentar
A velha noite que me pede agora
Somente o sono numa noite a ninar

E mesmo que desprezível seja minha aparência
Jamais a levarei para o coração
Pois por ai perambulam em sua existência
Bonitos de rosto e mediócres de coração!

Gabriel Pontes

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A Felicidade, O amor, A morte e Eu.


A felicidade bate em minha porta
Olhando pelo olho mágico a vejo com clareza
Mas ao abrir a porta ela não suporta
Ao ver minha cara de agonia e de tristeza

Foge de mim correndo
E eu sofrendo ponho-me a chorar
Minha alma por dentro morrendo
E meu coração por dentro a se matar.

O amor bate a minha porta
Então eu abro com meu ombro esquerdo baixo, torto
Mas o amor ao ver não suporta
No meu peito meu coração estava morto

Foge de mim correndo
E novamente ponho-me a chorar
E as lágrimas no rosto contendo
O que não dá mais para segurar.

A morte bate em minha porta
E em esperança entrego-me sem questionar
Mas a morte ao ver não suporta
O desejo da morte em meu olhar

Foge de mim correndo
E novamente ponho-me a chorar
Pois sei que nem mesmo morrendo
Minha dor não irá acabar.

Gabriel Pontes