O nariz de palhaço abandonara-me nessa hora humilhante, e a maquiagem do personagem sumira com as lágrimas do meu semblante...
E pensei então no brilho das estrelas, que não chegava onde estava, a luz do fim do túnel surgia, e a sociedade me crucificava...
Não concordo com que diz, os senhores do poder, pois sei que o pior cego é aquele que não quer ver...
E tentou me convencer, a acreditar que tudo estava perfeito, mas fiquei a relutar, trancado naquele quarto estreito...
Eu sou submisso, sou o único que grita na multidão de mudos, e penso nisso, quando consigo arrancar as correntes do muro...
E a liberdade é pior que a prisão, pois sei que estou em um outro mundo, um pais sem ação...
Culpa do governo? É o que todos dizer, mas será mesmo deles a culpa, pois somos nós que sofremos com o que eles vem a fazer...
O povo tem o governo que merece, tem sim senhor, o povo escolhe pelas promessas e não pelo histórico do doutor...
Em fim seja assim creditado, mesmo que as correntes dos meus pés tenham soltado, continuo prisioneiro do meu pesadelo, poeta, artista que se expressa com o peso continuo do medo...