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Aqui foi o começo de tudo, mas como todo filho um dia tem que ir embora decidi ir atrás de novas experiências literárias no Blog Meia Garrafa e Uma Dúzia de Histórias (www.gabrielpontes.com)
Algumas poesias selecionadas foram migradas para o novo blog.

Aqui jaz um menino cheio de sonhos que não repousam junto com ele.



Gabriel Pontes
g.ponteslima@gmail.com
Escritor

sábado, 26 de julho de 2008

A Casa;

Não pude conter as lágrimas, o retorno a minha casa tirava-me o ar, há muito tempo atrás a deixei para seguir meu rumo e hoje a reencontro aqui, mas sem a presença de minha mãe.

Ao abrir a porta o toque frio da maçaneta fez-me arrepiar o braço, como era de costume deixei os sapatos na escada e por fim pus o primeiro pé no meu passado. O chão frio de mármore levava-me as lembranças alegres e tristes de uma infância sofrida. Subindo as escadas os quartos permaneciam do mesmo modo que o deixei, a cama ainda se encontrava arrumada da forma que minha falecida mãe a deixou e não contive o choro ao ver a foto onde se encontrava minha família. Enxuguei as lágrimas e logo voltei a chorar, a falta que fazia minha mãe, ou melhor, minha família apertava o meu peito como se estivesse tirando minha alma, mas tinha que me conter por mais forte que fossem minhas lembranças.

Chegando a cozinha me vi sentado a mesa com minha mãe me servindo o almoço, arroz, feijão, batata e carne, podia sentir o gosto, o cheiro, mas logo a lembrança se apagou.

Ao sair da casa a velha árvore onde se encontrava o balanço não existia mais por decorrência do tempo, as flores apodreceram de saudade, de tristeza, de dor. O mundo uma vez me tornou menino hoje volto como homem para ver meu passado.

Assim, torno a calçar-me e sem olhar para trás deixo meu passado mais uma vez abandonado, na solidão, no desespero na ilusão.


Gabriel Pontes;

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