Por várias vezes tentei ser diferente, por varias vezes o que eu sou não me deixou ser melhor, minhas poesias inúteis só fazem parte da composição do poeta que sou, e se escrevo não é por que eu quero é por que não tem ninguém com quem desabafe;
Restritamente trancafiado não vejo a luz do sol a anos, apenas sinto a escuridão das minhas roupas e as luzes amareladas das velas brancas e acinzentadas...
Há tempos que não vejo o sol nascer, apenas pela janela da mais alta torre de meu castelo consigo sentir o por do sol já em seus últimos instantes, ou melhor, imagino como seja, pois tudo que vejo está na minha mente porque sou cego dês do 11 anos de idade.
A parti daí passei a sentir pena de mim mesmo, me condenei como um carrasco por ter matado muitas pessoas e, no entanto sou inocente;
Foi então que eu conheci o amor, era uma vez um amor e eu o matei, destruí a única oportunidade de deixar de lado o peso da solidão que se punha sentada em meus ombros, agora não era só tristeza de vez em quando vinha o remorso que passava a mão na minha cabeça e mais uma vez eu tentava chorar, mas o tempo havia me tornado uma pessoa com o coração de gelo, o tempo me tornara um monstro, eu havia deixado de ser um ser humano, e o que seria um ser humano?
Hoje apenas três sentimentos preservam em mim, os outros são apenas companheiros de passagem, me tornei sem saber uma criança que deseja um brinquedo, uma bicicleta para poder andar por ai, sentir o vento batendo em seu rosto.
Era uma vez a felicidade e eu a transformei em terror.
Era uma vez a paz, e eu a transformei em solidão.
Era uma vez um homem em seu velho castelo que da janela mais alta gritou, que da mais alta janela chorou, que da janela mais alta viu o nascer do sol a primeira vez, e da janela mais alta pulou...
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário