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Aqui foi o começo de tudo, mas como todo filho um dia tem que ir embora decidi ir atrás de novas experiências literárias no Blog Meia Garrafa e Uma Dúzia de Histórias (www.gabrielpontes.com)
Algumas poesias selecionadas foram migradas para o novo blog.

Aqui jaz um menino cheio de sonhos que não repousam junto com ele.



Gabriel Pontes
g.ponteslima@gmail.com
Escritor

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mais do mesmo.



"No princípio havia Trevas. Então o Criador disse: "Faça-se a Luz". E a Luz foi criada."

- Eu sei! Eu posso te sentir.
Eu posso sentir você se importar
Posso sentir sua agonia, seus gritos desesperados
Sua solidão, sua premonição e seu mais melancólico rosnar.

Porém sinto que só serei feliz desta forma
Sou do meu eu o carcereiro
Ou de parte de mim que precisa, necessita
Ser apenas um prisioneiro

- Sou um perigo, sou lindo como a lua
Singular, radical, puro
Mesmo que por assim possa me julgar
O teu prazer mais rebelde e escuro

Mantendo-me aqui trancado, inerte
Ouça meu lamento por te deixar ser feliz
Não caia meu amor no acomodamento
É apenas o nascer de outra cicatriz.

-Sei que rebelo-me contra quem mais me deu abrigo
Tu que sempre me apoiou no momento mais doloroso
Embora traga-me os vícios, o cigarro e a bebida
Sinto que não és um ser maldoso

Devo a ti minha bravura
Minha solidez e desconfiança
Mas não posso viver a vida com medo
Vida triste a que não tem esperança

- Tento acreditar que precisas novamente ser doutrinado
Só assim abrirá os olhos, meu fiel escudeiro
Hoje trilhas teu caminho sozinho e presunçoso
Por que perdi meu tempo sendo teu mais sábio conselheiro? 

- Não te peço, ó criatura, compreensão
Nem sou ingrato aos caminhos que me conduz
Só que hoje vejo que és uma criatura das trevas
E eu me tornei um ser de luz

Digo que te enterrarei neste caixão amaldiçoado
Mas não me deixa, mestre, cometer nenhum pecado
Virei te visitar sempre que possível
Trarei rum e charuto como agrado!

-Se é para te ver sofrer, me deixa
E você pagará por sua atitude
Eu vejo a escuridão no fim do túnel 
Este não é o fim de tua solitudine

Vá e siga sozinho, se te dei asas para voar
E não esqueça de meu agrado toda vez que vier me visitar
Eu voltarei, esperarei o tempo que for
Para ver meu perdão tu implorar

Tu és pó e ao pó voltarás! 

- Não espero de ti compreensão
Nem que tentes não irá me entender
Por isso devo então de me despedir.
Pontes, Gabriel muito prazer;


-Não!!


Gabriel Pontes

4 comentários:

Emanuel Lima (Escritor) disse...

Gostei da construção do texto que se esclarece no final com a despedida do Gabriel de um suposto "Pontes"... Agora me pergunto, como um autor, ou uma pessoa se separa de seu eu? O que é o Gabriel e o que é o Pontes? Pelo que conheço dos dois não há Gabriel, Não há Pontes. Hoje vocês são um coisa só.

Excelente texto amigo.Bem vindo a criação novamente.

Anônimo disse...

Você não vai lembrar de mim, e talvez nem lembre que quando era muito novinho, toda vida que se apaixona, escrevia cartinhas de amor, lindas e cheias de sentimento. Foi assim que notei que iria sofrer pelo teu jeito sincero de amar. Ainda tenho teus rascunhos e letras borradas e sinto-me bem todas as vezes que leio. Sei que assim uma vez fui amada de verdade.

Meu lindo poeta.

caminhosdaluz@wordpress.com disse...

Seu blog se tornou um constante renascer das cinzas em? Acredito que todos somos assim, um Deus e um Demônio dentro de nós. Cabe só saber a quem ouvir.

Maria Paula Vieira disse...

Alguns dos seus poemas me lembraram a escrita de Edgar Allan Poe. Você escreve muito bem, parabéns!