A esperança, que a tudo resiste, é que , um dia nos reencontremos, (para ele no juízo final); para mim, em outras encarnações,onde possamos sonhar como em nossa infância ou revive-la como o mesmo amor.
Difícil dizer a todos que ajudaram ao Kika ,na sua longa doença incurável,que ele partiu dormindo, mas que continua vivo, inclusive no coração daqueles que o rejeitaram e que dele só se aproximara quando estava nas ultimas, ou para atrapalhar, depois, o sonho de partilhar, inclusive com eles mesmos, o que nossos pais nos deixaram.
Difícil também e entender o amor que tinha pelos que o negaram, talvez , outra de suas falíveis esperanças de uma nova vida de remissão de erros, que só os que amam e se apaixonam conhecem. Seus últimos meses foram de amor a essa gente (gente?) que o rejeitou na vida, que o acusou , sem nunca lhe der a chance do dialogo , julgando-o impiedosa mente , sem o ônus da culpa. E o Kika partiu dormindo (dormindo?) e só hoje tenho a coragem de escrever algo sobre ele, cinco meses a pós a madrugada do dia 15 de fevereiro de 2007.
Mas o tempo há de mostrar a essa gente amarga, que o sangue é mais forte e que as heranças são dádivas ou condenações terríveis , para os que não se redimem... que continuam a semear o ódio, que não sabem perdoar, como o perdoamos.
No túmulo frio, onde amigos e "inimigos" o pranteavam "para inglês ver", onde homenagens póstumas eram punhais e laminas afiadas, lembro do ultimo adeus ao irmão, amigo, amado, mesmo com seus erros e acertos: Adeus Kika ? Não!
Ate um outro dia , pois os que se amam verdadeiramente nunca morrem! Repousam como as sementes em sua casca morta, para renascer na goiabeira, no crisântemo ou rosa, essências divinas que jamais se perdem ou terminam. Quem viver verá e quem não estiver mais aqui , na minha ótica espiritual, também verá e saberá que a justiça eterna nunca falha .
Escrito por: Porfessor Orion, em memória de seu irmão (meu tio) Francisco de Assis (kika) após os 5 meses de sua morte na madrugada do dia 15 de fevereiro.
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